FAITH NO MORE

FNM em sua última formação, há muito sem Jim Martin na guitarra.

Estava hoje ouvindo FAITH NO MORE e me lembrando de quando a banda explodiu por aqui. Começo da década de 90, o metal ainda forte e o grunge logo alí na esquina esperando pra pular em cima do mercado musical. O thrash ainda imperava por aqui e o METALLICA reinava absoluto; SEPULTURA começava a deixar de ser somente uma promessa e IRON MAIDEN estava correndo por fora (ou por baixo, talvez).

Então "Epic" explodiu na novata MTV Brasil e foi uma revolução. Teclados?! Dreadlocks? Roupinhas esdrúxulas?! Vocalista maluco?! Sim, engulam isso! Mike Patton e cia perverteram o status quo do rock pesado e romperam com todos os dogmas do estilo, causando uma revolução sonora e estética. O album The Real Thing atirava pra todo lado e acertava em tudo: metal, funk, cabaret, baladas, rap, rock progressivo. Apesar da inquestionável excelência do trabalho, da performance dos músicos e dos shows, alguns mais cabeça-duras terminantemente se recusaram a aceitar os novos ventos que sopravam. Pobres tolos.

Coisa de um ano e pouco mais tarde, outro BANG! Angel Dust foi lançado e deixou aquilo tudo pra trás, avançando ainda mais no futuro e confundindo ainda mais as cabeças pensantes (e não pensantes). Outra jóia. Tipo: "ah, então vocês finalmente conseguiram entender The Real Thing? ok, agora entende ISSO!".

Continuaram a gravar albuns que habitavam em um universo pop próprio, sem dar bola pros rumos e tendências, e foram fiéis a isso até o amargo fim, quando decidiram encerrar a carreira da banda simplesmente por terem enchido o saco de tudo. Dá pra se contar nos dedos de uma mão as bandas que causaram tamanho impacto e foram tão originais.

Parabéns pra eles e ainda bem que não fui um dos cabeças duras citados lá em cima. Detalhe: tive a felicidade de ver Mike Patton em ação num show do MR.BUNGLE e posso afirmar que, no rock and roll pesado (ou não) contemporâneo não há melhor vocalista que ele. Só vendo.