Monday, July 03, 2006

FUCK THE 80's

Ah, os malditos anos 80. Justamente quando eu estava dando meus primeiros passos no HEAVY METAL, uma praga se instalou no mercado musical de maneira geral, ecoando com bastante força na seara metálica. Uma tendência se popularizou entre artistas, produtores, midia e público: o som sintetizado, diluído, com predominância dos teclados, presença incômoda de bateria eletrônica e postura extremamente comercial. Quase todo mundo optou por isso, inclusive baluartes do pop, rock, soul e r&b dos anos 70. No clube metal, a praga ficou conhecida como "glam metal".

Não vou falar aqui das bandas (na maioria californianas) que lideraram a onda, mas sim de gigantes que já estavam consagrados e tiveram que mudar seu som característico pra se encaixar ou desaparecer. Como o que vendia lá era lançado aqui, tivemos uma enxurrada de lançamentos de qualidade duvidosa que pegou todos desprevinidos. Na minha inocência e impulso consumista, comprei alguns. Ei-los:


JUDAS PRIEST: turbo

A primeira vez que ouvi Judas foi com esse LP, e nem preciso dizer do estranhamento que me causou. A tecladeira impera, junto com baterias programadas. Canções bem comerciais e de apelo radiofônico certeiro (pelo menos no mercado americano). No Brasil tocava-se a canção título em aulas de aeróbica. Felizmente, logo depois conheci o "British Steel" e limpei a barra do JP.


SAXON: rock the nations

Outro ícone do metal inglês, muito bem falado nas revistas da época. Convenci meu pai a me comprar esse LP, coloquei pra rodar e... Mesmo caso do album acima, porém ainda mais fraco. Basta dizer que a melhor música do disco tem participação de Elton John, outro que então naufragava na popeira.


OZZY OSBOURNE: the ultimate sin

A capa prometia, mas o recheio... desandou. Ozzy era gigante na época e tinha no currículo todos os clássicos albuns com o Sabbath e mais empreitadas solo muito boas. Mas esse disco seguiu a tal tendência e o resultado não poderia ter sido pior. A produção segue a mesma onda e tem pouquíssima coisa aqui que se salva.


SAVATAGE: fight for the rock

Banda americana relativamente nova, com dois bons discos de power metal no currículo, mas que também escorregou nesse. Eu bem que tentei gostar, mas não deu.


DEEP PURPLE: the house of blue light

Depois de retornar com a formação clássica no ótimo album anterior, "Perfect Strangers", o DP escorregou com esse LP acima. Se não é tão tenebroso quanto os de seus colegas, também não merece constar no catálogo de jóias da banda. Típico caso de gravadora decidindo pela direção musical de um artista, tipo "temos que vender milhões na América". Nos anos seguintes a banda conseguiu descer ainda mais baixo, mas a queda começou aqui.

Bom, tem muito mais, mas me falta tempo. É bom citar que hoje em dia ouço todos esses albuns sem culpa e até gosto de algumas coisas. Mas que foram bola fora, ah isso foram.

22 Comments:

Blogger Alcio said...

Lembro-me do estranhamento ao ouvir "Somewhere in Time", do Iron... até hoje tenho uma certa dificuldade para escutá-lo, mas já estou mais complacente, hehehehe

10:08 AM  
Blogger :[marz]: said...

Senti a mesma coisa com o Somewhere, mas hoje curto.

10:27 AM  
Blogger Leandro Margoto said...

"Rock the nations"? "Fight for the rock"?
Isso que eu chamo de propaganda enganosa.

10:41 AM  
Blogger 6vilb66r said...

Tenho esse Judas, Saxon e Ozzy (LP lógico).
Realmente bem fracos. Desses 3 que tenho, o Ozzy é o menos pior.

11:30 AM  
Blogger LouieCyfer said...

Tive os 3 primeiros tmb em vinis..e dentre todos acho esse Ozzy até legal...eu ouvi muito esse ultimate, só não gostava de ver o proprio Ozzy nessa época com aqueles cabelo ridículos...

Só pra constar essa coleção "heavy Metal Heart" só faltava vir uma galinha de bônus pois só tinha farofa...

2:09 PM  
Blogger LouieCyfer said...

Ah...outro dessa leva (q tmb saiu pela HM Heart) q gosto muito é o Accept - Russian Roulette

2:10 PM  
Blogger Thosewhocannotbenamed said...

Muito boa a farofada...Viva!

4:03 PM  
Blogger Gustavo "Guss" said...

Nao gosto de quase nenhum destes ai, mas o Somewhere in Time eu acho do caralho. Esse do Savatage eh o unico deles que nao consigo ouvir!

4:06 PM  
Blogger :[marz]: said...

Algumas bandas conseguiram passar pela época sem queimar demais o filme. Caso de Accept, AC/DC, Iron Maiden e Dio. Até diluiram um pouco, mas sem cair no ridiculo.

6:33 PM  
Blogger LouieCyfer said...

o Somewhere in time é FODA!!!!!

7:55 AM  
Anonymous Anonymous said...

Certamente o companheiro está a par do Evangelho Segundo Lemmy (publicado às 3as. no TCH), do qual o seguinte versículo faz menção:

7:14 “Vivia-se os anos 80, época de excessos, dos quais um mais lamentável: cúrias ascetas e idôneas como Iron Maiden, Judas Priest, Accept e Ozzy Osbourne nutriram ilusória impressão de modernidade mediante uso de batidas programáveis e timbragem sintética em suas doutrinas. Porém, ELE, em sua infinita sabedoria, compreensão e misericórdia, intercedeu em prol da austeridade roqueira.

Aos maidenianos, em troca do exílio do desgarrado Smith, concedeu inspiração para o redentor “No Prayer For the Dying”, de título auto-explicativo, enquanto ao Priest enviou o bem-aventurado arcanjo Travis, que lhes proporcionou o retorno ao Caminho. Ao destacado Osbourne, por sua vez, intercedeu Pessoalmente, em evento famigerado do Dia da Ressurreição dos Mortos-Vivos. Apenas os alemães não obtiveram frutificado esforço, tendo-lhes sido destinado o término de suas pregações, em exceção oferecida apenas à proeminente pessoa de seu servo mais iluminUDO...”

12:07 PM  
Blogger :[marz]: said...

Sei de sua simpatia pelo "No Prayer", Txutxuca. Na minha opinião é um disco horrível e o ponto mais baixo da formação clássica do Maiden.

E o Motorhead atravessou essa época nefasta como um trator.

1:40 PM  
Anonymous Anonymous said...

Exatamente: Motörhead passou por cima!

(e pra ñ ficar no vácuo, eis o versículo q trata do Dia da Ressurreição dos Mortos-Vivos, a ser ainda publicado no TCH - é 1ª mão isto!):

10:14 “... Perde-se na memória das eras a exatidão do ocorrido: jazia inerme no leito o tatibitate ser de procedência bretã, ante a resignar-se à obsolescência e ostracismo inevitáveis, quando ELE surge tocando em seu ombro e lhe oferecendo 4 Cânticos de Louvor de Sua lavra e verve pentescostais, dizendo ‘Ñ MAIS LÁGRIMAS! LEVANTA-TE E ANDA!’. Concedida ainda foi a duvidosa destreza no uso de baldes d’água, em evento doravante consignado como do Dia da Ressurreição dos Mortos-Vivos”.

E "No Prayer For the Dying" RULA!

2:51 PM  
Blogger Grimal said...

infelizmente apesar de ser fã o motorhead tambem escorregou inclusive o wurzel sempre tava falando que o lemmy tava virando boy até pintou mechas de cabelo loiro.
ca pra nos o motorhead teve uma época bem mais ou menos com helhaizer da vida e umas musicas tipo guns in roses.
quanto ao ozzy prefiro mil vezes este farofao que os outros que vieram depois que são só baladas metidas a pesada e guitarras que não chegam aos pés de jack lee fuck zack wild

4:17 PM  
Anonymous Anonymous said...

master of puppets ...and justice for all reign in blood south of heaven so far, so good... so what!

6:04 PM  
Anonymous Anonymous said...

grimal viaja feio

6:29 PM  
Blogger :[marz]: said...

Coincidentemente ou não, Lemmy só começou a diluir suas composições depois de se mudar pra Los Angeles na década de 90. Até então morava na Inglaterra e na fase poser do mercado ele nem tchuns, e é dessa época que eu falava.

7:23 PM  
Blogger :[marz]: said...

Ainda defendendo o Motorhead (como se eles precisassem), os albuns que lançaram no auge do movimento farofa foram Orgasmatron em 86 e Rock and Roll em 87. Nada, mas NADA mesmo que sinalizasse algum corpo mole pra se adaptar ao mercado e vender bem nos States.

Lemmy is God, fellas.

7:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

Yeah!

E o q Grimal pode estar se referindo, diz respeito SOMENTE ao "March Ör Die". Alguém resolveu bancar contrato de Lemmy e cia com a Sony Music, q lançou "1916", tão comercial e farofa q têm todos os sons executados diariamente na Mtv...

O fato é q a múlti provavelmente nutria expectativas platinadas em relação aos ingleses - bancou home vídeo, clipes produzidos, jabás em programas de auditório estadounidenses - e se deu mal. Resolveu cobrar...

E aí, juntada a fome com a ganância de Sharon Osbourne (q teria mediado tal contrato) e a retribuição de Lemmy haver ressuscitado Ozzy no "No More Tears" (ele e o Zakk; Ozzy, como já no Sabbath, só assinou. Episódio relatado no versículo bíblico acima transcrito), rolou MÖD com "Hellraiser" (q é melhor q a do Ozzy, na minha opinião), cover de Ted Nugent (pra mercado yankee) e balada HORROROSA (essa, sim, das poucas derrapadas da instituição britânica) "I Ain´t No Nice Guy", com Ozzy arrotando e Slash peidando durante o som.

Tinha algo interno tb, q refletiu no som, do Animal Taylor debandar e Tommy Aldridge (ex... Ozzy) tocar boa parte dos sons em andamento arrastado, quase ZZ Top, sem constar nos créditos devido à alta quantia pedida.

O fato é q ñ vendeu porra nenhuma, e já no "Bastards" o Motörhead se via às voltas com a independência (lançando o cd por selo de poperô), q perdura até hoje. Cada álbum dos caras sai por um selo...

E quem acha q Motörhead diluiu o som, favor ouvir os discos noventistas pós-"March Ör Die", sobretudo "Bastards", "Sacrifice" e "Inferno".

10:37 PM  
Anonymous Anonymous said...

Mechas de cabelo loiro? Lemmy?

O máximo q ocorre hoje é ele PINTAR O CABELO, isso sim. Pq está ficando branco.

Quem assitir o "Stage Fright" verá e ficará pasmo: cabelo e bigode de DEUS combinam com a cor da jaqueta! ahah

10:39 PM  
Blogger Grimal said...

gostei do seu comentario. mas que ele usou mechas de cabelo loiro usou tem ate em contracapa do march or die eu acho e vi varias fotos da época.
quanto ao lance de ser 90 ou 80 eu só quis dizer que ficou comercial sim não me liguei a época em si.
Eu sinceramente tenho uma profunda admiração por motorhead tenho 3 box do motorhead lp raro ep picture etc etc mas sei que os caras tambem tentaram entregar o ouro e virar farofa isso ninguem pode negar.
quanto ao trampo do sacrifice pra cá porra eu nem posso falar nada nem se fosse só pra chatera os outros.

obs: acho o zack um guitarrista de médio pra baixo e ninguem vai mudar isso pra mim ele foi o pior do ozzy.

11:46 AM  
Anonymous Anonymous said...

Talvez o Motörhead tenha sido bem-sucedido, tal como o Slayer, de ñ conseguir se tornar acessível. Há malas q vêm pra Belém!...

11:02 PM  

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