Friday, November 11, 2005

INTRODUCING

Quando adolescente (1985), alguns discos tiveram um papel capital na minha metamorfose de moleque new wave pra “metaleiro” doidão (agh, como odiávamos esse termo). Foram discos que começaram a sair por aqui devido ao sucesso do estilo no primeiro Rock In Rio, um evento que mexeu com a cabeça de muita gente. Eu não tinha dinheiro pra comprar discos nem aparelho de som pra tocá-los, então ia na única loja de discos de Cachoeiro e pagava pra gravar uma fitinha com as músicas pra ouvir no toca-fitas velho do meu pai. Depois voltava lá constantemente pra ficar namorando as capas e as fotos do encarte, já que naquele tempo não tinha internet, nem mtv, nem tampouco revistas especializadas. O máximo que chegava até nós eram edições esporádicas da tosca revista METAL, uma edição carioca em preto e branco com papel beirando xerox e matérias (mal) traduzidas de revistas gringas.

Ah, mas era muito legal. Tudo tinha uma aura de aventura, ousadia, constestação. E ao mesmo tempo pureza e inocência. Era como uma “sociedade secreta”, uma confraria. Poucos e seletos eram os membros, e amizades floreciam simplesmente à partir do gosto musical da galera. Bom, mas até chegar aí tive que realmente entender que gostava daquele troço, apesar dos “efeitos colaterais” (ser excluído da galera “eschperta” do colégio, ser apontado como maluco pelas meninas e evitado a todo custo, sofrer preconceito simplesmente por usar uma camisa preta ou ter cabelo grande, levar dura dos pais todo dia, etc). E antes que me desvie demais do motivo principal desse texto, aqui estão alguns discos que me convenceram de vez que aquele tal de “rock pauleira” era mesmo legal e compensava o sacrifício.


KISS – Creatures Of The Night
Esse já tinha balançado minhas estruturas em 83, quando da vinda da banda ao país. Rock como nunca tinha ouvido antes, rápido, pesado, distorcido, tenebroso às vezes. Que moleque de 13 anos naquela época não ficaria impressionado?


SCORPIONS – Love At First Sting
Saiu um ano depois e teve algumas músicas executadas nas fms do país, principalmente a balada Still Loving You. Rock and roll que sabia ser rápido e distorcido mas também lento e bonito. Fez logo minha cabeça. E aqueles dois guitarristas... meu Deus.


IRON MAIDEN - Powerslave
ACCEPT - Metal Heart

Esses dois em conheci no calor do Rock In Rio I, naquele esquema das fitinhas gravadas. Posso dizer que foi aí que a ficha caiu de vez. Ouvi tanto esses dois discos que até hoje tenho todos os solos de guitarra memorizados na cabeça. Aliás, e que puta solos! Duas bandas que primavam pelo virtuosismo de sua dupla de guitarristas, todos extremamente talentosos e capazes de criar riffs e solos dobrados inesquecíveis, e também por vocalistas competentes e carismáticos. Ótimas melodias, refrãos pegajosos e qualidade de gravação im-pe-cá-vel.


JUDAS PRIEST - British Steel
MANOWAR - Battle Hymns

Logo depois vieram esses dois, também de qualidade incontestável. O primeiro tinha uma fama que se rivalizava com o Iron Maiden de “maior banda de heavy metal do mundo” e uma dupla de guitarristas que também não deixava pedra sobre pedra, ainda que não fossem tão virtuosos como seus “rivais” da Donzela. O forte aqui eram os riffs e bases cadenciadas, bem como os vocais de Rob Halford. O segundo já era mais da nova geração e fazia um metal épico e grandioso, onde os vocais eram o maior destaque. Canções que grudavam à primeira audição e te faziam ouvir o disco de novo, e de novo...


BLACK SABBATH - We Sold Our Souls For Rock N Roll
Esse disco me assustava, literalmente. Tudo era sombrio e esquisito, e se comparado às bandas que eu já curtia, extremamente tosco e crú. Um amigo do colégio gravou essa coletânea e eu copiei dele. Demorou um pouco mas entendi a proposta da banda, então virei fan total.

Bom, acho que foi assim que começou. Depois vieram outras bandas e estilos. Me lembro quando gravei "The Last Command" do WASP e "Show No Mercy" do SLAYER, fiz um mix tape do METALLICA e comprei o LP "Peace Sells" do MEGADETH, mas então já havia se passado um ou dois anos, talvez nem tanto. Mas esses 7 que citei acima foram os que considero diretamente responsáveis pela solidificação do meu gosto musical então. E continuam tão bons hoje em dia quanto eram 20 anos atrás (meu Deus, eu disse 20 ANOS?!).

3 Comments:

Blogger LouieCyfer said...

temos várioss desses discos em comum, até por isso a nossa similaridade nos gostos e... putamerda o Creatures do Kiss foi o disco responsáveel pela minha escolha neste caminho musical.... esse fez redemoinho da minha cabeça

9:38 PM  
Blogger Alcio said...

Foda... 20 anos...
O Creatures levou todos para o lado negro da frça. Baita álbum da porra!!!

6:24 AM  
Blogger Leandro Margoto said...

Vc tem 20 anos de música, e eu tenho 18 anos de idade...
Não canso de dizer que nasci na época errada. Vocês tem sorte, muita sorte.

8:53 AM  

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